A morte de Lázaro e uma Sociedade doente


Acabou hoje a caçada ao bandido mais procurado dos últimos tempos no Brasil, sua morte foi confirmada às 10 horas da manhã ensolarada e de temperatura amena deste 28 de junho no município de Cocalzinho - GO, no coração do cerrado

Lázaro Barbosa, de 32 anos, tombou em confronto armado com a Polícia Militar do Estado de Goiás, levando consigo um pedaço das falhas de nossa contemporaneidade.

Foram mais de 20 dias de busca e cerco ao criminoso que deixou um rastro de vítimas e famílias destruídas na região de Águas Lindas de Goiás, entorno do Distrito Federal, apavoradas com sua estadia, embora muitos já se devessem estar acostumados com bandidos convivendo acerca dali.

Segundo o Secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda houve resistência e confronto de Lázaro com os Policiais do Grupo Tático Ambiental, mas nem tudo acaba com a sua morte. A polícia continuará as investigações para saber se Lázaro teve ajuda de terceiros, identificá-los e prendê-los, porém não será tudo.

Entretanto parece que seria mais inteligente que as operações policiais tivessem criado estratégias de capturá-lo vivo, afinal se já o tinham na mira poderiam vencê-lo pelo cansaço, pois conseguiria extrair muito mais do que se pode a partir de agora. Todavia a sua execução foi uma resposta de retaliação e vingança ao tempo que a Policia perdeu para achá-lo bem como pelo ataque sofrido pelos policiais em um dos confrontos.

Seria interessante do ponto de vista sociológico, podermos mapear sua trajetória para entendermos como uma mente astuta pode desequilibrar uma sociedade, os motivos para que se chegasse a este ponto, afinal estamos falando de um individuo que nasceu no seio de uma família constituída e inclusive chegou a formar a sua. As respostas que a sociedade precisa para entender e não falhar na formação do indivíduo, talvez nós tenhamos algumas hipóteses, mas na sua concretude não.

Nossa sociedade está cheia de lázaros seja nas grandes ou pequenas cidades deste País, estamos o tempo todo a lidar com alguma pessoa de mente deturpada e atitudes que extrapolam a razão e o senso de humanidade. Contudo até os sensatos se perdem na loucura e por loucos se fazem ao comemorar a morte de outro ser. Precisamos nos fortalecer enquanto humanos para formar melhores nossos cidadãos, sem as amarras e deturpações, precisamos analisar tudo quanto acontece ao nosso redor e nos sentirmos consternados por fazermos parte das falhas de uma sociedade doente de valores que coloca em xeque os processos de civilidade. Onde estamos errando?

Crônica por Antonio Oliveira



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