É interessante sabermos o motivo pelo qual o dia 15 de Outubro e não outro dia qualquer tenha sido escolhido para servir de lembrança sobre uma das mais nobres e quiçá uma das mais antigas profissões da nossa civilização, que perpassa o tempo, mas continua sendo necessária, apesar até mesmo das novas tecnologias incluindo óbvio, a Inteligência Artificial, embora aqui neste momento, não seja um fórum para o debate sobre as TICs, IA e a docência
Então para melhor entendimento buscamos auxílio na historia e fomos até os tempos do Império no Brasil, na data de 15 de outubro de 1827, em que D. Pedro I resolve por decreto, através de Assembleia geral, a partir desta, ter escolas de primeiras letras em cidades, vilas e lugares mais populosos.
E tal decreto versa que os Professores deveriam ensinar a ler, escrever, as quatro operações de aritmética, prática de quebrados, decimais e proporções, as noções mais gerais de geometria prática, a gramática da língua nacional, e os princípios de moral cristã e da doutrina da religião católica e apostólica romana, proporcionados a compreensão; preferindo para as leituras a Constituição do Império e a Historia do Brasil.
O Imperador, já naquela época reconhecia a importância do Professor, estipulando no mesmo decreto os salários de acordo com o custo de vida da região onde o mesmo atuaria, bem como em seu art. 13 e 14 reconhece a isonomia quanto ao gênero do professor quanto aos salários e gratificações bem como a estabilidade.
E já na República nos idos de 14 de outubro de 1963 que o então Presidente da República João Goulart, sancionou o decreto no 52.682, o qual dedicou o dia 15 de outubro ao Professor, em referencia a lei de D. Pedro I, a qual criou a escola das primeiras letras. Abaixo na integra os três artigos do decreto acima citado:
Art. 1º: O dia 15 de outubro, dedicado ao Professor fica declarado feriado escolar.
Art. 2º: O Ministério da Educação e Cultura, através de seus órgãos competentes, promoverá anualmente concursos alusivos à data e à pessoa do professor.
Art. 3º: Para comemorar condignamente o dia do professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo delas participar os alunos e as famílias.
O Imperador, já naquela época reconhecia a importância do Professor, estipulando no mesmo decreto os salários de acordo com o custo de vida da região onde o mesmo atuaria, bem como em seu art. 13 e 14 reconhece a isonomia quanto ao gênero do professor quanto aos salários e gratificações bem como a estabilidade.
E já na República nos idos de 14 de outubro de 1963 que o então Presidente da República João Goulart, sancionou o decreto no 52.682, o qual dedicou o dia 15 de outubro ao Professor, em referencia a lei de D. Pedro I, a qual criou a escola das primeiras letras. Abaixo na integra os três artigos do decreto acima citado:
Art. 1º: O dia 15 de outubro, dedicado ao Professor fica declarado feriado escolar.
Art. 2º: O Ministério da Educação e Cultura, através de seus órgãos competentes, promoverá anualmente concursos alusivos à data e à pessoa do professor.
Art. 3º: Para comemorar condignamente o dia do professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo delas participar os alunos e as famílias.
No entanto, o tempo passou e não obstante, houve muitos avanços na área da educação e das condições criadas a partir da Constituição de 1988 com a universalização do ensino, do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente); do ECA Digital; Do EJA (Educação de Jovens e Adultos), que teve um precursor chamado MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização); entre outros programas sociais criados com a finalidade em fomentar a educação, como as parcerias com o sistema S; Do sistema de cotas para as Universidades Públicas; do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio); Do SISU (Sistema de Seleção Unificada); E como cereja do bolo o Piso Nacional do Magistério. São tantos programas e projetos, todos com a finalidade em promover a capacitação e a equidade na educação.
Todavia ainda assim, os professores e professoras se ressentem da valoração e das condições de trabalho sem os meios adequados como estruturas físicas e materiais e humanas, além da falta de comprometimento com todos os profissionais da educação que participam do processo educacional de uma unidade institucional, seja dos pais de nossos alunos, seja dos nossos gestores, seja dos políticos que detém a caneta do poder, ou seja, da sociedade em geral, que não enxerga sua importância, enquanto educadores, incumbindo-os no máximo como cuidadores de seus pimpolhos e os prédios como depósitos.
Portanto ser professor nunca foi apenas ensinar, é um chamado, uma missão que começa muito antes de pisar em sala de aula, afinal é a coragem de acreditar no poder da educação mesmo quando os ventos sopram contra, com esperança, amor e resiliência como ensina Paulo Freire, e há quem diga que a educação seja uma panaceia para a sociedade.
Mas há reservas a respeito, pois a docência apesar de ser feita de agruras e perdas, há conquistas e vitórias silenciosas, feitas de olhares que brilham, de abraços que curam e de histórias que se transformam.
Abaixo depoimentos de mestras e mestres que promovem o florescer da nossa sociedade brasileira:
“Quando me formei tinha muitos sonhos, já são quase duas décadas, desde então ando muito decepcionada e a cada ano que passa, sinto que vai morrendo pouco a pouco a esperança em mantê-los vívidos”. (Profª Adriane – Pedagoga SME - Goiânia-GO)
“A jornada de uma professora é pavimentada tanto com flores quanto com espinhos. Ser professora, muitas vezes, significa ser um malabarista que equilibra múltiplas responsabilidades sob o peso de realidades duras. Lidar com a desvalorização salarial e social, a escassez de recursos nas escolas, salas de aula superlotadas e a falta de apoio adequado. Gerenciar as inúmeras demandas de uma sociedade em constante mudança e seus conflitos; A sobrecarga que vai além dos horários de aulas, em correções, planejamento e formação continuada, resultando em um esgotamento físico e mental que raramente é visível ou reconhecido. Tamanhos são os desafios para a resistência de uma educação pública e de qualidade ao vermos talentos se perderem por falta de oportunidades ou estrutura, e a sensação de impotência diante de um sistema que ainda falha em prover o mínimo necessário para educar com dignidade. Apesar destas e tantas outras agruras, a luta docente gera frutos de valor imensurável, os quais residem na formação de um cidadão crítico e capaz. Portanto neste dia, celebramos, sim, a resiliência. Celebramos a coragem de quem, mesmo diante do desalento, insiste em acender a chama do saber. Agradecemos por cada lágrima de frustração superada, por cada hora extra dedicada, e por nunca desistirem da esperança de que a educação é a nossa única e mais poderosa ferramenta de mudança, com amor, carinho e muito respeito”. (Profª. Consuelo Delmondes – Pedagoga SME - Goiânia)
“Gratidão a Deus, por tudo, pela nossa profissão. Acredito que nossa profissão seja uma das mais desafiadoras e importantes que existe, pois mais que transmitir conteúdos, o professor transforma pessoas, desperta curiosidades, estimula o pensamento crítico e ajuda os alunos a desenvolver valores, habilidades e sonhos. As agruras moldam uma classe resiliente, mas também ferida. Uma categoria que resiste mesmo quando o sistema parece não ouvir suas vozes. Enfim, vivemos entre o amor e o cansaço, entre o sonho e a luta, sabendo que nem sempre haverá aplausos”. (Profª Josela Beatriz – AAE SME -Goiânia-GO)
“Que possamos sustentar uns aos outros, sem deixar que os nossos opressores nos usem em seus projetos. A capacidade de pensar por si mesmo e estar convencido de que lado eu vou escolher para continuar nessa caminhada é o que vai nos permitir que façamos a lição de casa, como seres críticos, reflexivos, que atuam para transformar a nossa sociedade. (Servidão Voluntária¹). Como Professora cabe continuar estudando em busca do conhecimento, elevando nossas capacidades, para continuar acreditando na missão de educar, para acolher sonhos e dividir sorrisos, partilhando e construindo o melhor para nossa humanidade”. (Profª. Luciana Queiroz - Pedagoga SME - Goiânia-GO)
“Vivo minha profissão com amor por cada criança que passa com olhar confiante a cada descoberta que floresce diante de mim. Mas também com resistência por estar num sistema que prioritariamente, esquece-se de cuidar de quem cuida. Vivo dias de entrega, de tentar fazer o meu melhor com o pouco que se tem, enfrentando salas cheias, falta de apoio técnico e pedagógico, estruturas precárias e, ainda assim, conseguir ensinar com o coração. A gente aprende a transformar o impossível em aprendizado e o cansaço em esperança. Portanto ser professora é sentir orgulho, mas também é sentir o peso da desvalorização. É lutar todos os dias para que a educação não seja apenas um discurso bonito, mas uma prática real, com condições dignas e reconhecimento verdadeiro. Mesmo assim sigo, porque apesar de tudo, acredito. E essa é a maior conquista de todas: continuar acreditando”. (Profª. Margareth O. Almeida – Neuropsicopedagoga SME - Santos-SP e Pedagoga REE do Estado de São Paulo)
“O professor precisa dominar a arte de ensinar e compartilhar conhecimentos, o que de certa maneira não é para qualquer um. Mas temos agruras como a principal é a valorização da categoria que nem de longe são percebidas, apenas cobranças e ordens sem norte ou estratégias que visam o profissional, nos deixando desmotivados. Com relação às conquistas, a experiência do que funciona e também do que não funciona. E o que funciona é o resultado em ver o aprendizado evolutivo de cada criança”. (Sergio Dias – AEE SME - Goiânia-GO)
“As agruras dessa luta se revelam nas desigualdades persistentes, como na falta de estrutura nas escolas e creches, desvalorização dos profissionais da educação, que trabalham durante o dia em escolas e à noite trabalham como garçons. Nossas creches e escolas estão abarrotadas de crianças com o fim político de zerar a fila, sobrecarregando os trabalhadores devido ao déficit de profissionais por falta de chamamento dos concursados. A nossa educação é um espelho das contradições do país. E quem acredita na educação ainda caminha com esperança nesta luta permanente”. (Profª. Vânia S.M.Costan - AEE SME e Pedagoga na Rede Privada - Goiânia-GO)
“Ser professora é desafiador, pois lidamos com a falta de apoio, com perdas dolorosas e grandes responsabilidades. Mas cada pequena conquista dos alunos faz tudo valer a pena. É uma missão feita de amor e persistência, e ver o crescimento de cada um, sabendo que fiz parte disso, é o que me fortalece todos os dias”. (Profª. Vera Viana - AAE SME - Goiânia).
“Ser Educador do gênero masculino na Pedagogia tem muitos desafios, não bastasse tudo o que a classe da educação sofre com os percalços da área, ainda assim é preciso ignorar os pensamentos velados e inquisidores, dos olhares sombrios e por vezes fulminantes, a te fitar seja por pais que se sentem ameaçados ou até mesmo colegas do gênero oposto a te julgar o tempo todo, mas ainda assim não esmoreço diante dos desafios impostos de todas as formas e se fazer necessário a resiliência e entre um sorriso e um choro, eu carrego o fardo como missão”. (Thony Oliveira – AEE SME - Goiânia-GO)
Pronal
Entre o olhar desconfiado
Sigo em constante contraste
No julgo como se um objeto fosse
A ser desvendado e desnudado
Num espaço que não me cabe
Pela sociedade de animosidade
Em que o gênero é o marginal
A esconder-se ou ignorar o mundo real
Mistura-se num faz de contas
Era uma vez como em crianças
Um homem em um palhaço ou animal
Para esconder a sua Face real.
15/10/2025 Antonio Oliveira
Dedico esta matéria à Profª. Weula Rodrigues AAE, à Profª. Suzana Fortaleza e a todas e todos os profissionais da educação que ao se aposentarem se vão sem o merecido reconhecimento da nossa sociedade.
Texto Base: Profª Margareth O. Almeida & Antonio Oliveira (Thony Oliveira) / Referência¹: Servidão Voluntária
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