O Natal da Benevolência e Consumismo

Por Antonio Oliveira


Como poderíamos resumir a data natalina de acordo com os dias de hoje, em pouquíssimas linhas, sem que sejamos simplistas ou sem que aprofundemos em searas, às quais nos levaríamos a tempos longínquos, estudos religiosos e dogmáticos, e tradições


Mas então como poderíamos entender o Natal na era da tecnologia, das mensagens aceleradas, do consumismo desenfreado, da falta de amor entre as pessoas, da arrogância do tempo que nos assola sem dar tempo do próprio tempo?

Busquei estas respostas através das falas de algumas pessoas, conforme relatos abaixo descritos:

Janilson Galvão, 35 anos, Pastor da Assembleia de Deus-Ministério Fama, relata que o significado original do Natal é a comemoração do nascimento de Jesus, mesmo com o capitalismo se aproveitando desta data para transformá-la em uma data de mercado, de lucros com ideias longe do real significado, como por exemplo a criação de papai noel. Apesar disso não deixa de ser, ainda, uma época de muita alegria em que o povo fica anestesiado esquecendo um pouco das dificuldades da vida e dos males existentes. "Considero portanto, uma data muito boa, pois acredito que seja importante para a vida humana, afinal não podemos somente focar em problemas, dificuldades e metas. Temos que espairecer, então o Natal é uma das datas mais alegres e festivas do ano, em que transmitimos mensagens de paz sem que esqueçamos o seu sentido original".

Roger Godois, 28, Aux Administrativo do Hugol, quando criança gostava das reuniões familiares e dos presentes. Mas ao crescer percebeu que as reuniões desta data só serviam para que os familiares falassem mal uns dos outros, apesar dos abraços e trocas de presentes havia muita falsidade. E no dia seguinte todos retornam às suas rotinas, nas quais se odeiam. Portanto hoje ele prefere ficar com os familiares que moram juntos na mesma casa, a ficar rodeado por gente negativa e falsa.

Falamos com a senhora Faide P. de Jesus, 36, recepcionista do Hospital de Doenças Tropicais (HDT). Ela acredita que o Natal é uma data comemorativa, para reunir a família, mas que há muito tempo não têm empolgação, pois há algum tempo perdera uma pessoa muito importante em sua vida que tinha a ludicidade desta data. Pois conta que morava na cidade vizinha em Aparecida de Goiânia e nestas datas sempre visitavam o shopping às margens da BR-153 em Goiânia para ver a decoração de Natal e claro o Papai Noel, então toda vez que seu irmão avistava os ônibus em direção à Goiânia falava que era o ônibus dos sonhos. Portanto depois desta perda a data perdeu empolgação, tendo perdido o sentido.

Terezinha, de 36 anos, servidora do HDT, que também é colega de trabalho da Faide diz que o Natal é todos os dias, não demonstrando muito interesse pela data.

Rosa Helena, 36, servidora da saúde no HDT, também diz não ter empolgação pela data, mas que para manter a ludicidade das crianças, ainda tenta ter uma certa motivação, pois justifica que nada tem a ver com o consumismo dos dias atuais em que faz perder o real significado do Natal, o qual consiste na lembrança de Jesus tendo em si o verdadeiro sentido.

Falei com o Moisés Araújo dos Santos, 37 anos, Auxiliar de Farmácia do Hugol. Ele diz que Natal é uma data festiva em que as pessoas trocam presentes, mas esquecem o real significado que é a comemoração do nascimento de Jesus Cristo, que é uma data para reflexão, para unir a família, mas que a data lhe traz certa tristeza por suas perdas.

Gustavo Cruz, 33, político goianiense, diz que o Natal é a época do ano que mais gosta, e por ser cristão acredita que significa a ressurreição de Cristo, e que é tempo de solidariedade, compaixão e muita gratidão pela vida e bênçãos.

Telma Regina, 52, professora da rede municipal de ensino SME Goiânia, acredita que o Natal tem seu significado em renovar o ciclo de vida, através de reflexão, de cada qual olhar para dentro de si e observar se as atitudes estão condizentes com o bem. Esta data é para ter um momento de união com familiares e amigos, de fazer o bem às pessoas necessitadas, de compartilhar alegrias, sorrisos e presentes. E o mais especial de tudo, o nascimento de Jesus em nosso coração.

José Raimundo de Paiva, 92 anos (foto abaixo), cidadão precursor do Conjunto Cachoeira Dourada em Goiânia, aposentado, foi a pessoa de mais idade com quem conversei para esta matéria e pude escutar palavras sábias em que relata um pouco sobre a vida para justificar o Natal, e disse que é a data esperada para comemorar o nascimento de Jesus, cuja missão foi salvar a humanidade. Mas que só será salvo aquele que crer e que tudo que o ser humano faz não é certo, porque certo seria o que Jesus ensinou, pois as pessoas não amam o próximo, dizem que gostam mas não amam, afinal Jesus ensinou a amar o próximo como a si mesmo. E ele completa, "vc sabe que o próximo precisa comer, beber, sente dor e morre. Isso tudo porque o pecado de Adão atingiu a humanidade, pois é a desobediência a Deus. Então Jesus veio para salvar aquele que crer, mas aquele que não crer não estará salvo. Então é preciso que todos creiam na palavra e pratiquem o amor de Deus".


O Natal à luz dos depoimentos e dos nossos tempos, confesso que vejo a necessidade do consumo, afinal precisamos representar certas simbologias, além de que podemos ajudar àqueles que necessitam de algo material não somente no dia de Natal mas em todos os outros trezentos e sessenta e quatro dias.

Que a mesa farta possa ser compartilhada com amor verdadeiro, que seja tempo para tirar as mágoas, perdoar o outro e principalmente a si, que possamos esquecer tudo quanto não edifica o nosso ser, que sejamos mais humanos independente de cor, credo, etnia, orientações. Que possamos doar nossa humanidade.

Que haja tempo para o amor fraterno, uma palavra amiga, um gesto sincero, um olhar para o próximo. Que a benevolência seja primaz em nosso ser nesta data e em todos os dias do ano em nossas vidas.

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Comentários

  1. Tantos comentários, cada um carregando a sua verdade. Mas , eu ainda acredito q seja uma época em q nossos corações ficam mais sensíveis e solidários. Onde a felicidade do outro faz aquecer o coração. Poucas pessoas são as q não se comovem nessa época.

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