A Greve da Educação de Goiânia e suas negociatas


O texto abaixo do professor Gleisson Gomes retrata as dificuldades de uma categoria que sofre o descaso dos poderes políticos; de um sindicato entreguista; da maior parte da mídia, principalmente a televisiva, que de forma parcial noticiou, mas ignorou a luta dos profissionais da educação a fim de assegurar os direitos já existentes, os quais a prefeitura não paga desde 2020, como já fora noticiado aqui nesta coluna


"O começo do ano já veio com expectativas que esse seria mais um ano de luta da categoria por seus direitos. Lembro da primeira mobilização realizada no paço municipal em fevereiro, quando um grupo de pouco mais de 20 pessoas compareceram para dar início ao processo de luta pelo pagamento do piso salarial.

Naquela ocasião, foram recebidos alguns representantes do Simsed para uma conversa e logo uma tentativa inicial de diálogo com o poder executivo. Talvez ali a assessoria do prefeito tivesse debochado daquele pequeno grupo frente ao paço cobrando seus direitos.

No entanto, em março, quando foi chamado a primeira assembleia da categoria pelo Simsed em frente a esse mesmo paço, o prefeito e sua assessoria sentiu a força da categoria, onde em massa, nós nos apresentávamos para o combate. Isso assustou!

A partir deste episódio houve sanções, e como parte delas a anulação do Simsed pelo Sintego, o qual assumiu pra si como sindicato legal, a negociata com a prefeitura e etc. e tal. Contudo houve então cortes de pontos absurdos, intimidando a categoria à sua livre forma de pensar e de se organizar politicamente. Infelizmente o fato da prefeitura e do Sintego colocar o Simsed às margens da negociação assustou muita gente.

Com o sindicato pelego tomando para si a frente das ações, trouxe a divisão de uma categoria que vem há anos tendo uma unidade de luta e conquistas para a educação.

Sem esquecer também da dor e sofrimento por parte de muitos companheiros de luta que arbitrariamente foram agredidos fisicamente ao longo destes anos pelo poder repressor do Estado.

Ontem, nesta assembleia coaptada pela direção do sindicato pelego, vi coisas que há 12 anos me pareciam superadas, quando à categoria é negada o seu direito de fala. Quando uma pessoa manipula e monopoliza o poder de fala de uma categoria indignada com as migalhas oferecidas.

Quem não viu o "teatro" de mal gosto de uma pessoa que se utilizou de seu telefone para ludibriar uma categoria, ao dizer que o secretário naquele exato momento estava autorizando aumentar 50 reais no auxílio locomoção? Cena de péssimo gosto, que eu achava que havíamos superado há tempos.

Por tanto, ver companheiros de luta ali embaixo do carro de som serem agredidos verbalmente pela truculência sindical, que não deixa o poder e nem a categoria avançar em suas conquistas por direitos, foi-me por certo de que não temos mais condições de andar com essa "gente". Um sindicato que não deixa a categoria falar, não tem direito de ser nosso representante.

Mas a partir do momento que assumimos a luta, o que faz avançar são nossas ações na rua, de diálogo com a população e principalmente de acompanhamento e vigilância da agenda do prefeito. Isso sim, incomodou, o fez passar vergonha.

Para os colegas da educação que ainda pensam que greve de água, camisa e cadeira vão surtir algum resultado, vimos a rasteira que a categoria levou. Hoje, desmobilizada, arrasada, triste e traída deve refletir se esse é o caminho que vamos querer como modelo de luta.

Todo apoio aos companheiros e companheiras que colocaram suas caras a tapas; Que não se importaram com o calor do sol ou o frescor das chuvas em suas cabeças; Aos nobres que estiveram expostos ao poder falacioso da mídia marrom, como bandidos; Aos que enfrentaram sozinhos em suas instituições as ameaças e o autoritarismo do poder vigente.

Sigamos em frente do lado certo da história. Não é no ar condicionado da câmara que vamos conseguir nossos direitos. Avante sempre. Viva a luta dos trabalhadores e trabalhadoras da educação".


O Sintego (Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado de Goiás) tendo à frente a Sra. Euzébia Lima arrumou uma arapuca para os educadores do município de Goiânia, em conluio com o prefeito Rogério Cruz, Secretário de Educação Wellington Bessa, e a base do prefeito na Câmara, além é claro e principalmente com a ajuda de alguns papagaios de piratas como os auxiliares de atividades educativas e professores que estavam todo o tempo repetindo o discurso de desmobilização seja nas instituições, redes sociais ou em cima do palanque.

A luta dos trabalhadores da Educação encabeçada pelo Simsed (Sindicato Municipal dos Servidores da Educação de Goiânia) não era por votos nas próximas eleições ou cargos de "chocalhos" da Bia Lima, mas para receber o Piso Nacional dos professores e Data-Base de 2020, 2021 e 2022 daqueles que trabalham por menos que 1 salário mínimo para limpar, cozinhar, cuidar das Crianças nas Escolas e Cmeis de Goiânia.

O povo costumeiramente pode ter alzheimer, mas o passado sempre vem à tona e o preço há de se pagar por quem tomou pra si uma luta para utilizar como moeda de troca em negociatas escusas nas reuniões às portas fechadas com direito a "choro de washington" por Bia Lima e seu clã do Sintego.

Texto base por Gleisson Gomes - Professor da Rede Municipal de Goiânia / Coluna Antonio Oliveira

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