Goiânia: Insegurança Na Volta às Aulas


Por Antonio Oliveira

A volta às aulas em Goiânia acontece em meio à pandemia e suas complexidades, como as novas variantes que surgem, o aumento na ocupação de leitos das unidades de terapia intensiva dos hospitais infantis da capital (UTIs), a falta de imunização de alguns profissionais da educação e o complemento do ciclo vacinal com a segunda dose, além da falta de condições financeiras e/ou de alocação nas instituições de ensino a fim de colocar em prática os protocolos de biossegurança

Os fatores que advém de tal medida por parte da Secretaria Municipal de Educação (SME) poderão se tornar uma fagulha para um momento acima da capacidade em conter o desastre que se aproxima da comunidade em geral.

Segundo o CONDIR (Conselho de Diretores das Escolas Municipais e CMEI’S de Goiânia) as verbas destinadas às instituições são insuficientes a fim de cumprir todos os protocolos sanitários, pois de acordo com a Cartilha Serviço de Engenharia, Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), apenas os profissionais administrativos nas funções de Porteiro | Serventes e Merendeiros são contemplados com o recebimento de EPIs (Equipamento de Proteção Individual), desta feita não há verba específica para que tais materiais cheguem aos demais profissionais das instituições, portanto ficam de fora os auxiliares de atividades educativas, auxiliar de secretaria, secretário geral, professores, coordenadores e diretores.

Algumas instituições contam com as salas modulares (Containers), ainda não se sabe quais providências para a não utilização destes, pois que seu funcionamento depende do uso de ar condicionado e este deve ser evitado devido ao estado de propagação do vírus, pois utilizá-lo pode elevar as chances de infecção da covid-19. Hoje já temos crianças em leitos de UTIs, pois além de serem vetores de contaminação e transmissão, também estão desenvolvendo a doença e ocupando leitos em hospitais. Segundo o Diretor do Butantã, Dimas Covas, a infectividade do vírus é probabilística, não é uma certeza, mas se há convivência com alguém infectado as chances são maiores a que um simples contato transitório.

É saber notório de todos que a criança tem direito à educação para o seu desenvolvimento humano, pois precisa aprender de forma lúdica através da convivência, das brincadeiras, da interação com os demais, entretanto neste momento colocá-la em risco pode lhe ceifar este direito pelos anos seguintes, pois que o desastre da pandemia trouxe novas condições e percepções para seguir adiante, é inegável e, portanto adiar este momento através da sensatez da família, da comunidade e dos governantes.

A fim de pautar suas diretrizes a Prefeitura de Goiânia segue dados da Sociedade Goiana de Pediatria (SGP) em que alega que a transmissibilidade do vírus da Covid-19 e suas variantes não causam riscos às crianças e adolescentes, já que os dados de mortes nesta faixa etária de 1,5% e 0,35% respectivamente e, portanto a rede estadual de atendimento em UTIs pediátricas teria mantida sua capacidade. Entretanto neste fim de semana na contramão deste argumento, o prefeito de Aparecida De Goiânia, Gustavo Mendanha, em seu twitter publicou a disponibilização de leitos para crianças no Hospital Municipal de Aparecida (HMAP) que estavam na fila de espera no Hospital Materno Infantil de Goiânia (HMI).

Os problemas causados pela pandemia não são poucos, nem simplórios, há uma complexidade além das canetadas do poder público, das oratórias e das condições de exequibilidade, se faz necessário pesar todos os fatores, pois que mesmo sendo ínfima a quantidade de alunos que deverão comparecer às unidades educacionais neste primeiro momento, já que temos instituições do município de Goiânia, com adesão abaixo de 1/5 do efetivo de alunos matriculados no vigente ano, os quais deverão retornar de forma presencial nesta segunda feira, dia 16 de agosto de 2021, há um iminente risco e por consequência o medo impera entre os profissionais que não se sentem seguros nesta volta. Por outro lado ao que tudo indica a baixa adesão dos pais para que seus filhos retornem pode aumentar ainda mais o distanciamento entre a escola e a comunidade, pois que os professores não terão tempo de disponibilizar material aos seus pupilos e nem mesmo virtual existirá a interação já outrora precária.

Contudo as condições de cada instituição têm particularidades, mas que se assemelham quanto à insegurança nesta volta desastrosa imposta pela Prefeitura, atendendo pressão politica e de parte da sociedade, todavia a questão da falta de verbas para que os protocolos sejam exequíveis trazem à tona ações que devem ser pensados do ponto de vista prático tais como: no caso de infecção de uma pessoa dentro da instituição, existe protocolo para sanitização por parte de uma empresa ou mesmo existem pessoas capacitadas, materiais e equipamentos para desinfetar o local?,  Existe a possibilidade de isolamento do local?, Quanto a complementação do ciclo vacinal para todos os servidores, bem como a negligência e negação daqueles profissionais que não tomaram e não desejam a vacina, a prefeitura continuará fechando os olhos para tal situação?, Estas entre outras indagações existem e preocupam professores, administrativos e pais de alunos deixando a todos inseguros quanto a este retorno presencial.

As questões acima poderiam ser respondidas pelo Secretário da SME Wellington Bessa e sua equipe bem como pelo mandatário do paço municipal, Rogério Cruz, pois são pertinentes e relevantes para o retorno seguro de todos os atores envolvidos, não obstante não deverão esquecer-se daqueles alunos os quais não participarão deste momento presencial cujos fazem parte da maioria esmagadora da coletividade estudantil do ensino infantil dos CMEI’s, CEI’s e Escolas da rede municipal de Goiânia. 

#UseMáscara #DistanciamentoSocial #UseAlcoolEmGel #TomeVacina

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