Quase 200 mil novos casos de câncer de pele são registrados no Brasil, por ano


Em Rio Verde médica realiza cirurgia para retirada do tumor aliando saúde com estética. Pesquisa registra que pedidos de biópsia caíram cerca de 50% durante a pandemia.

O câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos da doença no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a cada ano, são registrados cerca de 185 mil novos casos. O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, tem letalidade baixa, porém seus números são muito altos. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares, responsáveis por 177 mil novos casos da doença por ano. Dependendo do estágio as chances de cura são grandes.

Em Rio Verde - GO a dermatologista Yassue Mimani se especializou no Estados Unidos num tipo de cirurgia que faz a retirada deste tumor.


A técnica conhecida como “Cirurgia Micrográfica de Mohs”, é reconhecida internacionalmente e proporciona um resultado mais assertivo tanto do ponto de vista da saúde do paciente como também estético. A cirurgia é feita com análise simultânea das margens cirúrgicas com objetivo de preservar o máximo de tecido são ao redor.

“Realizamos todo o procedimento na clínica mesmo. O paciente é submetido ao procedimento de retirada do tumor e ali mesmo analisamos a peça. Contamos com equipamentos atuais (Indústria Alemã) que auxilia na análise da peça cirúrgica podendo contar com um patologista de maneira remota. Em seguida fazemos a reconstrução da pele. Tudo isso garante mais agilidade e conseguimos analisar melhor os casos mais raros”, destacou.

Esse trabalho é feito de maneira multiprofissional. A equipe conta com um histotécnico, profissional altamente qualificado que auxilia na análise do tecido retirado. Em Goiás, Minami é a única médica, no interior do estado, credenciada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) que realiza o procedimento de Mohs. Além dela, outros cinco profissionais trabalham em Goiânia. Em todo o país o número é de pouco mais de 100.

“Sou uma pesquisadora e assim que pude, em 2017, fui ter esta experiência nos EUA, estudar com quem está acostumado a fazer esse tipo de cirurgia diariamente. Lá auxiliei em diversos procedimentos e pude ver de perto o quanto podemos trazer um resultado melhor para o paciente”, frisou.

Falta diagnóstico

Dos diagnósticos de câncer de pele, mais de 80% são do tipo carcinomas. No entanto, o câncer mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer de pele e registra 8,4 mil casos anualmente.

Pesquisas mostram que o Brasil falha no diagnóstico precoce de quase a metade dos casos de melanoma. A descoberta tardia piora o prognóstico da doença, encarece o tratamento e diminui a sobrevida.

Esta procura por tratamento precoce e ainda por consultas anuais piorou após o início da pandemia do coronavírus. Em 2019, foram 210.032 pedidos de biópsias para detecção do câncer de pele, entre janeiro e setembro. Em 2020, no mesmo período, foram 109.525, 48% a menos. Os dados foram apurados pela SBD a partir de informações disponíveis do Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SUS).

Desde março do ano passado, ou seja, o início da pandemia, a população ficou receosa em procurar consultórios médicos para quaisquer tipos de tratamento, já que existe o risco de contaminação ao sair de casa. Este medo piorou ainda mais a questão do tratamento precoce de câncer de pele.

De acordo com o INCA cerca de 46% dos casos não são diagnosticados precocemente. Nos EUA, que têm o maior número absoluto de casos no mundo, o índice que escapa do diagnóstico rápido oscila em torno de 10%. O alto percentual se deve ao desconhecimento da população sobre a doença, à evolução geralmente indolor das lesões, não raro localizadas em lugares do corpo inacessíveis à autoinspeção, e ao tempo que costuma decorrer entre a suspeita inicial e o acesso do paciente ao tratamento. Por isso quanto mais esse tipo de informação for propagada, mais chances do tratamento e cura. “Temos que falar sempre, ensinar as pessoas a desconfiarem de uma pintinha que a princípio parece simples”, disse Yassue Mimani.

Sobre a cirurgia de Mohs

Foi criada pelo Dr. Frederic Mohs em 1930, nos EUA e ao longo dos anos, com o avanço tecnológico da medicina, principalmente pelo uso do criostato, um aparelho que permite congelar e realizar os cortes da pele para que seja realizado o exame microscópico do tumor durante a cirurgia. Desta maneira, permite-se retirar somente o tumor e preservar o máximo de pele sadia ao redor do tumor, o que promove resultados mais estéticos e funcionais.

No mundo e também no Brasil, a técnica surgiu dentro da especialidade da dermatologia, o que se torna motivo de orgulho para a especialidade.

Wenya Alecrim
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