CPI da Covid: Depoimento do Diretor Presidente do Butantã

Dimas Tadeu Covas

O médico e cientista Drº Dimas Tadeu Covas é o Diretor Presidente do Instituto Butantã de São Paulo desde 2017, foi ouvido pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid-19 no Senado Federal, a qual busca apurar responsabilidades do Governo Federal a cerca do enfrentamento a pandemia e combate ao coronavírus no Brasil desde o seu início, bem como a demora em que houvesse vacinação na população brasileira

Neste 27 de maio de 2021 o depoente Dimas Tadeu Covas fez um preâmbulo em sua fala a respeito da parceria do Instituto Butantã e o Laboratório chinês Sinovac- Biotec, a qual começou em 2019 se acentuando através da necessidade de uma vacina contra o vírus Sars-Cov2. Hoje o Brasil está sem insumos, sem vacinas e com mais de 450 mil vidas perdidas.

Falta de Investimento

Dimas Covas relatou aos senadores que por motivos de contrato com o Ministério da Saúde e impedimentos regulatórios a vacinação não começou em dezembro de 2020 quando já havia em estoque 5.5 milhões de doses da Coronavac prontas e mais 4.5 milhões de doses em processo de fabricação no Instituto Butantã. Segundo Covas a ANVISA (Agência de Vigilância Sanitária) demorou muito para aprovar o uso das vacinas em regime emergencial, pois em comparação com outros países em meados no ano de 2020 suas agências reguladoras já haviam realizado regulamentação.

O Governo brasileiro não investiu financeiramente para a pesquisa nem fabricação de vacinas seja da Coranavac ou mesmo da Butanvac, enquanto que subsidiou a Fiocruz para a fabricação da Astrazêneca com 1.8 bilhão de reais, segundo a Senadora Leila do Vôlei (DF), além do Governo federal através de Bolsonaro não ter realizado investimentos para a produção da vacina que mais supriu os brasileiros, ainda assim contribuiu, mas de forma negativa para manchar a imagem e a respeitabilidade do Butantã bem como dissuadiu o povo brasileiro contra a vacina.

Butanvac é fruto de um consórcio internacional chamada por Dimas Covas como vacina 2.0, feita na mesma plataforma que o Instituto domina, a tecnologia para o imunizante da gripe, tendo uma perspectiva de fabricação para suprir demanda de países pobres, em consequência de seu baixo custo bem como outros fatores. Já está sendo produzida contando até agora com 6 milhões de doses inclusive com incorporação das novas variantes e pretende chegar a 18 milhões até julho por conta e risco do laboratório, mas que a análise por conta da agência está em fase de finalização para que seja realizada a etapa de testes e estudos clínicos e sendo aprovado há previsão de minimamente, segundo suas palavras, em entregar a população brasileira 40 milhões de doses até o terceiro trimestre de 2021.

Prazos e Comprometimento da Vacinação

O Butantã fez a primeira oferta formal da vacina em julho de 2020, reforçando em 18 de agosto solicitando recursos para apoio aos estudos clínicos e para construção da fábrica. O Butantã formalizou a primeira oferta de 60 milhões de dose em 30 de julho de 2020 e somente em 20 de outubro de 2020 o governo demonstrou interesse nas vacinas em que o governo tinha a intenção de prover recursos quando já estava em estudos clínicos na fase 3. Mas somente em 7 de janeiro de 2021 se concretizou a efetivação de 46 milhões de doses, com a aplicação da primeira dose em 17 de janeiro.

A Senadora Simone Tebet (MS) em sua intervenção de forma remota na CPI colocou o cientista em patamar de um verdadeiro general, mas que não teve a oportunidade de ter munição suficiente para que houvesse vacinação, e em sua pergunta quis saber sabre o tempo de validação hábil para que a população tome a segunda dose. O então e agora general Dimas respondeu que não há grande problema em adiar desde que não deixe de tomar a segunda dose como tem ocorrido com parte da população vacinada com a primeira dose, pois não deixará de ter efeito, mas retardará o processo de eficácia no cidadão que tenha postergado. Porém ressaltou que haverá necessidade de reforço para inibir as novas variantes.

Empatia com a China e Responsabilidades

Segundo Dimas houve uma reunião com o Embaixador da China no Brasil, o Srº Yang Wanming, em que participaram membros do governo federal representado pelos Ministros Paulo GuedesCarlos França, e a diretora Presidente da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), Drª Nísia Trindade Lima. Nesta reunião o Srº Wanming se mostrou inconformado com a postura de ataques constantes ao povo Chinês por autoridades brasileiras sem citar nomes, desta feita este tipo de atitude levou significativamente ao estranhamento das relações e a consequente liberação de insumos por parte das autoridades daquele país. No entanto disse que atualmente o novo ministro das Relações Exteriores do Brasil está conseguindo melhorar este relacionamento, com diálogo mais proveitoso.

Então se a partir de agora tudo transcorrer bem e não houver atrasos de insumos vindos da China, o Butantã conseguirá honrar o contrato atual com o Ministério da Saúde quanto às entregas da Coronavac, sendo que 46 milhões já foram totalmente entregues, restando 54 milhões que poderá ser cumprido até setembro deste ano. Segundo Drº Dimas além das vacinas precisamos de outras medidas não farmacológicas para combater a pandemia.

#UseMáscara #DistanciamentoSocial #UseAlcoolEmGel #VigieAAgulha

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