Retrospectiva 2020: Brasil, Covid-19 e a Ignorância


Diferente de tudo que havíamos presenciando até então, em que a humanidade se viu frente a um vilão, 2020 lembra aqueles filmes de ficção em que as grandes nações se unem para exterminar o inimigo. Mas não somente, tivemos os ranços sociais e políticos impregnados nesta conjuntura

Este ano ficará marcado também pelo uso das tecnologias em prol de buscar resultados e mostrar todas as facetas dos inimigos comuns ao ser humano, seja em identificar o inimigo biológico ou o inimigo social e suas amarras. Foi um ano de desafios pelas dificuldades marcantes, porém há de se ver coisas boas neste percurso.

Caso Backer

Aqui no Brasil começamos o ano com problemas técnicos de fabricação e envasamento numa cervejaria de Minas Gerais, a Backer, causando apreensão da população quanto as notícias em janeiro sobre intoxicação por consumo da bebida, tal fato alardeou a todos no País. Este caso culminou com nove (09) pessoas mortas até o mês de julho e outras 44 chegando ao Centro de terapia Intensiva (CTI). Mas isso parecia ser somente um aperitivo para o que estaria por vir.

A Pandemia é negada pela Grande Mídia

Devido a tecnologia começamos a ver noticias vindas da Ásia, mais especificamente através do Whatsapp, mas não entendíamos bem o que seria, até que a mídia formal começou a trazer as notícias, porém sem muita clareza. Olha que estávamos às portas do carnaval. E obviamente interesses financeiros e políticos falariam mais alto, começou então o negacionismo através da grande mídia em trazer à luz o que estava acontecendo na China.

O Brasil abre as portas para a Pandemia e a deixa entrar pela porta da frente, não precisou se esquivar em trincheiras e/ou matagais, chegou travestida de luxo e beleza e tal qual um dia acontecera em que fomos enganados com espelhos em que nos víamos naturais e perderíamos nossa essência e vida, agora mais uma vez. No começo eram os ricos que ficavam doentes e iam ao Albert Einstein em São Paulo ou outros centros médicos sofisticados, mas eis que estes ricos tinham empregados e estes contaminados serviram de portadores para suas comunidades, começava ali a grande luta em nosso País.

Bolsonaro nega a Pandemia

No meio desta pandemia fomos obrigados a lutar não só com o vírus que se alastrava com imensa agilidade, mas também com o outro que estava impregnado, o da ignorância de nossos governantes brasileiros a começar por aquele que tinha a obrigação de se portar de forma coerente e condizente a fim de efetivar o quão grave parecia ser a pandemia. Então mais uma vez nos vimos divididos, porém isto não é tudo.

Tragédias Sociais

Concomitante, aconteciam fatos que mostravam a face mais cruel de nossa humanidade como os casos de João Pedro, um adolescente de 14 anos da favela de São Gonçalo no Rio de Janeiro, alvejado por um fuzil de uso restrito da PM, pelas costas dentro de casa, no dia 18 de maio, a casa tinha mais de 70 marcas de tiros; no dia 25 de maio nos Estados Unidos no Estado de Minnesota, na cidade de Mineápolis, um policial branco se ajoelha por 8 minutos sobre o pescoço de George Floyd, um afro-americano de 40 anos, e o mata; em 02 de junho um menino de 05 anos, Miguel Otávio Santana da Silva, caiu do 9º andar de um edifício no centro de Recife-PE, filho da empregada doméstica Mirtes Renata Santana de Souza foi deixado com a patroa Sari Corte Real, uma mulher branca, esposa de político, a qual colocou o menino para fora do apartamento. Mirtes se ausentou do apartamento para levar a cadela da família para passear, a cadela Mel; no dia 19 de novembro João Freitas foi espancado e sufocado por seguranças da empresa Vector Segurança Patrimonial, numa das lojas da rede Carrefour de Porto Alegre-RS. Estes fatos lembrados aqui obviamente são os que mais repercutiram na mídia nacional e internacional, porém tivemos um ano recheado de casos desta natureza que indigna a nós seres da mesma raça, embora com condições sociais e financeiras distantes ano luz.

Catástrofes

As catástrofes naturais e outras causadas pelo homem aconteceram e repercutiram trazendo mais preocupação e desalento ao Brasil e no mundo. Nas 24 horas compreendidas entre 30 de junho e 01 de julho os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná foram acometidos pelo Ciclone Bomba deixando rastro de destruição e 13 mortos.

Em julho e em novembro o Sul deixa autoridades em alerta quanto a aproximação de nuvem de gafanhotos vinda da Argentina, mas esta última nuvem não causa tanta preocupação devida a espécie não conseguir se deslocar a grandes distâncias.

E enquanto lutávamos para conter a pandemia e lidar com políticos negacionistas que sabotavam a humanidade, em 04 de agosto, houve uma explosão num dos armazéns do porto de Beirute, tendo sido ocasionada pelo depósito de forma irregular por um período de 06 (seis) anos, com consentimento das autoridades, de 2.750 toneladas de nitrato de amônia. O resultado foi de cenas de guerra no local e destruição por até 10 km em que deixaram em torno de 150 mortos e 6 mil feridos.

A Miserabilidade do Brasileiro na Pandemia

Com a pandemia veio o desemprego, através das medidas de lockdown, as quais não foram cumpridas como deveria, pois Bolsonaro tratou de sabotar, tal qual fez Trump, nos Estados Unidos. Mas ambos na contramão de suas falas foram obrigados a minimizar as dificuldades de seus cidadãos com o auxilio-emergencial. No Brasil este cenário foi desesperador, pois aumentaram as exportações de alimentos, o dólar disparou, nossa carne dobrou de preço, nossas prateleiras ficaram mais caras, em que a inflação chegou a galopes e nosso arroz chegou a R$ 40,00 um pacote de 5 kg que antes da pandemia, custava no máximo R$ 13,00. O brasileiro com o auxilio de R$ 600,00, renda esta para minimizar a extrema falta do que comer, foi o que mais sentiu. Também evidenciou a falta de infraestrutura para os miseráveis, como água potável para assepsia mínima exigida na pandemia.

Eleições 2020 e a Resposta das Urnas

A Política e o povo sentiram a necessidade de ir as urnas seja nos Estados Unidos para derrotar Trump e seu negacionismo elegendo Joe Biden em que pela primeira vez a Casa Branca terá como vice-presidente uma negra a Senadora Democrata Kamala Harris, de 56 anos. Aqui também o negacionismo perdeu com a derrota de aliados de Bolsonaro nas eleições municipais. Mais uma vez o eleitor brasileiro se pauta nos eleitores americanos, pois lá Biden e Kamala usam em seus discursos a moderação de comportamentos fora de uma polarização ideológica extremista. Logo aqui não foi diferente, a vitória só sorriu nas urnas para quem não tinha o discurso ideológico polarizado.

Humanidade, Tecnologia e Vacinas

Diante do estado de pandemia, a terra parou e nos voltamos mais para a importância ao outro, e, portanto conseguimos enxergar fatos desagradáveis que sempre estiveram embaixo de nossas narinas, mas poucas vezes nos preocupamos em parar e registrar o que acontecia. A tecnologia que já foi vista como vilã contribuiu sobremaneira a nos mantermos juntos uns aos outros, seja para não perdemos a comunicação entre as famílias; para realizarmos negócios; para unir forças e realizarmos ações de ajuda aos mais vulneráveis; para implementar ações para a vida e principalmente para buscar a solução em volta do mundo contra o vírus, pois pesquisadores do mundo inteiro trabalharam de forma conjunta para obter resultados em tempo recorde. Hoje temos mais de 50 (cinquenta) vacinas em andamento, sendo que 05 (cinco), ou seja, a Pfizer, a Moderna, a Janssen, a Sputnik e a Coronavac estão prontas. A Vacina já é uma realidade, está sendo aplicada em vários países do mundo, mas óbvio que não para os brasileiros. Esperamos que não se cumpra o que publicamos nesta coluna, de que chegaríamos a mais 50 mil mortes para que Bolsonaro e sua cúpula tomassem providências, embora falte pouco.

Em 2020 lutamos contra grandes inimigos, como a ignorância, a fome, a miséria, a violência, o preconceito e o vírus. O Brasil mais uma vez se vê dividido, com desafios grandiosos a serem enfrentados em 2021, não somente no campo da ciência médica, mas também nas ciências humanas. No próximo ano, mesmo com o negacionismo vigente, teremos a vacina, mas certamente iremos manter alguns bons hábitos, bem como nossa humanidade. Este ano foi duro para todos e claro também para os brasileiros, lutamos pela sobrevivência contra a letalidade de um vírus e a letalidade social; perdemos ídolos, artistas, conhecidos, amigos e parentes, são quase 200 mil pessoas para a Covid-19, portanto nos sentimos desolados, porém ainda resta luz. Todavia esperamos que o novo ciclo possa trazer entendimento e reflexão para nossos governantes, principalmente para o Presidente da República a quem lhe cabe dissipar estas obscuridades por ele emanadas. Que Bolsonaro tenha luz e se redima de suas falas, sendo nobre e nos ajudando a vencer esta batalha, a qual é de todos os brasileiros.

Tomara o cosmos esteja conosco em 2021 e que Deus ilumine a humanidade.



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