Tempo Perdido?


Em mais uma inteligente crônica de Arnaldo Jabor ele fala de um passado que nem pelo retrovisor mais antigo dos carros atuais é possível imaginar que tenhamos vivido tais sabores e correções da vida em que os princípios morais comuns faziam parte da nossa formação e para tanto o registro, ele assim disse: “Quando eu era pequeno, mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos, eram autoridades dignas de respeito e consideração. Quanto mais próximos ou mais velhos, mais afeto. Inimaginável responder de forma mal educada aos mais velhos, professores ou autoridades… Confiávamos nos adultos porque todos eram pais, mães ou familiares das crianças da nossa rua, do bairro, ou da cidade… Tínhamos medo apenas do escuro, dos sapos, dos filmes de terror… Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo aquilo que perdemos”.

Mas infelizmente há quem defenda o que de pior há na nossa sociedade, pois como afirma Jabor: “Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos. Não levar vantagem em tudo significa ser idiota. Pagar dívidas em dia é ser tonto… Anistia para corruptos e sonegadores… O que aconteceu conosco? Professores maltratados nas salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas janelas e portas. Que valores são esses”?

Infelizmente, não temos muito a fazer senão cruzar os braços, olhar pela janela e ver a vida passar como as nuvens que perpassam nossos céus ou os pássaros do mundo moderno a levar nossas mensagens de um canto a outro. Enquanto seres deste mundo, estamos destituídos de realizar qualquer mudança, pois o sistema que impera é da hipocrisia e falta extenuante de valores e princípios. Da janela escondido com medo de uma bala perdida ou alguém doido para adentrar no meu refugio me acovardo da vida que não tem mais jeito. E no meu calar de sofrer levo os meus dias somente a imaginar como poderia ser bom se outrora fosse para o futuro se o passado se reconstituísse em um mundo melhor.

Doce ilusão meu amigo Arnaldo Jabor da vida que se foi, de um tempo que passou dos valores esquecidos da minha mente cansada e que já não sei se fora verdade tudo quanto outrora vivemos ou se sonhamos. E se vivemos então o hoje é um pesadelo sem fim de uma sociedade conspurcada. Portanto da minha janela vejo tudo e nada posso fazer para mudar, pois também sou parte deste sistema em que vivemos enclausurados em nossas trancas e grades.


Por Antonio Oliveira


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