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Câncer de ovário: Consultas regulares ao ginecologista podem gerar diagnóstico precoce


Com 75% dos diagnósticos em estágio avançado, tumor é silencioso e um dos mais letais entre as mulheres


Doença silenciosa, que ocupa o quinto lugar quando o assunto é morte entre mulheres, o câncer de ovário é o sétimo tumor e a segunda neoplasia ginecológica mais comum no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atrás apenas do câncer de pele não melanoma. No Brasil, há incidência de 6 mil novos casos por ano, como estima o Instituto Nacional do Câncer (INCA), com apenas 20% dos casos sendo diagnosticados em estágio inicial.

O câncer de ovário pode ser conceituado como um tumor onde há replicação desordenada de células malignas que invadem primeiro o ovário e depois podem se espalhar para os órgãos da pelve e abdome superior, como o fígado ou o pulmão. Nayara Portilho, ginecologista oncológica do Centro de Oncologia IHG, destaca que, diferente do câncer de colo de útero, o tumor no ovário não pode ser identificado por exames como o papanicolau e possui sintomas silenciosos.

“Geralmente, a partir do momento em que se desenvolvem os sintomas, já temos um quadro mais avançado. Por isso, 75% dos casos são diagnosticados na fase mais avançada da doença, justamente pela ausência de sintomas nas fases iniciais”, conta o oncologista clínico, Gabriel Felipe Santiago, da equipe do Centro de Oncologia IHG. O médico alerta sobre a importância dos exames ginecológicos regulares para obter um diagnóstico precoce.

Alguns dos sintomas que podem ser observados são cólicas e aumento do volume abdominal, prisão de ventre, alteração da função digestiva, massa abdominal palpável, sangramento anormal, gases e náuseas. “É considerado um tumor silencioso por possuir sintomas inespecíficos, que podem estar relacionados a outras doenças ginecológicas. No entanto, assim que quaisquer desses sintomas forem identificados, é importante buscar ajuda médica", explica Nayara Portilho.

Fatores de risco e prevenção

O risco de incidência do câncer de ovário aumenta entre mulheres com mais de 60 anos e quando há nuliparidade, ou seja, quando a mulher é incapaz de reproduzir. Além disso, certas mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 estão amplamente relacionados a tumores de ovário em até 15% das pacientes, sendo que mulheres com a mutação nos genes BRCA1 apresentam 45% de possibilidade de desenvolver esse tipo de câncer durante a vida.

Síndrome de Lynch

Familiares de primeiro grau com histórico, primeira menstruação antes dos 12 anos e a idade de menopausa tardia, após os 52 anos, também podem estar associadas ao maior risco de câncer de ovário.

“Para a prevenção da doença não há uma orientação específica, mas deve-se manter os exames de rotina, principalmente com o ginecologista. Hábitos saudáveis como manter o peso corporal sadio e a realização de atividades físicas também são importantes”, indica Gabriel Santiago.

Apesar de apresentar um desafio à comunidade médica, pois poucos fatores de risco modificáveis são conhecidos, realizar os exames de rotina regularmente para uma detecção precoce e retirar os fatores de risco do dia-a-dia ajudam na proteção contra a doença, completa Nayara Portilho (foto).


Diagnóstico e tratamento


Atualmente, não existem programas de rastreamento para o câncer de ovário, o que dificulta seu diagnóstico precoce. Sua detecção pode ser feita por meio de exames clínicos como ultrassom transvaginal e marcador tumoral sanguíneo CA-125 diante de sinais observados pela paciente.

Confirmado o diagnóstico, o profissional irá avaliar qual o melhor tratamento que irá depender do estágio da doença, tipo histológico do tumor, idade e condições clínicas da paciente. Em estágios iniciais, o tratamento usual é a cirurgia para remoção do útero e dos ovários. Em casos mais avançados da doença, pode ser necessária a remoção ainda de outros órgãos, além do tratamento quimioterápico após a cirurgia.

Por Naiara Gonçalves
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