Quasar Cia de Dança retorna aos palcos em novo formato e cria espetáculo sobre feminilidades


Estou sem Silêncio”, a 28ª obra da Companhia, terá sua estreia no Centro Cultural da UFG em Goiânia e revelará nova estratégia de criação e produção

A movimentação segue intensa e fisicamente forte. A temática se mantém na dimensão humana do mundo contemporâneo. O que muda é o jeito de fazer. E esse jeito novo de tocar a dança é sempre algo instigante, confessa o coreógrafo Henrique Rodovalho. A temática feminina, interpretada por 4 mulheres, segundo ele, nasce desse novo contexto da Companhia. “Estou Sem Silêncio” é o novo espetáculo da Quasar Cia de Dança, que tem estreia marcada para 18 de abril, 5ª feira, 20hem apresentação única, no Centro Cultural da UFG (Praça Universitária). O projeto não conta com recursos diretos, mas tem o apoio da Universidade Federal de Goiás, por meio do CCUFG, e do MVSIKA! Centro de Estudos. Os ingressos custam R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada)*. As vendas online tiveram início em 1º de abril. *Meia-entrada promocional: as vendas antecipadas ocorrerão no site Sympla e todos terão direito a meia-entrada para compras até 17 de abril.

Ao completar 31 anos de trabalhos contínuos, estruturantes de uma história reconhecida mundialmente, que influenciou gerações de artistas e espectadores, a Quasar Cia de Dança se projeta em novos desafios e possibilidades, que nascem de um enredo que por si só já seria arte. A ausência de possibilidade de um elenco fixo e perene fez nascer um coletivo feminino desejoso de experimentar mais dos movimentos criados por Rodovalho. Reflexões sobre novas formas de se produzir gerou o impulso de Vera Bicalho, diretora-geral da Companhia, de alinhavar estes talentos em consonância com uma agenda previamente desenhada. A impossibilidade de uma sede própria fez reverdecer parcerias importantíssimas no álbum de histórias da Quasar. Como resultado, todos os envolvidos se preparam para uma obra vigorosa e encantadora.


O espetáculo - O hiperlink de um céu de boca

Não, não será um Déjà Vu, tampouco uma releitura atualizada de uma cena de um dos espetáculos da mesma Companhia. De fato, tudo começará a partir daquele ponto em que quatro mulheres se alinharam em cena, no ano de 2009, sob luz difusa e esverdeada de um dos refletores do espetáculo Céu na Boca e ao som de Ray Conniff se transformaram em estereótipos do que seriam comportamentos femininos. A partir daí cria-se um parênteses.

Segundo Henrique Rodovalho, a ideia é abrir uma fresta no espaço-tempo, descerrando uma janela que permite espiar um pouco mais aquele instante, desta vez ampliando as diversas camadas que compõem uma cena aparentemente cômica e banal.

"A partir dessa configuração, de 4 mulheres em cena e das 4 bailarinas que se propuseram a este projeto, me ocorreu a possibilidade de fazer um espetáculo de fato sobre mulheres. Principalmente por causa desse momento que está acontecendo no Brasil e em todo o mundo, em que as questões de gênero, de empoderamento feminino, do combate à violência contra a mulher estão cada vez mais em evidência. Não desejo fazer um espetáculo panfletário, mas quero sim colocar em cena essa força, essa luta, esse enredo que envolve toda a sociedade, mas quero fazer isso de uma maneira diferente.” Confirma Rodovalho.

Mudanças na forma da dança?

Henrique Rodovalho e Vera Bicalho se reuniram ainda jovens, no ano de 1988, com o propósito de criar um grupo de dança que pudesse transpor para cena os anseios de uma geração de artistas goianos que assistiam transformações caudalosas nas formas de se fazer teatro, dança, artes visuais, música, cinema, literatura em todo o mundo. O novo corpo de bailarinos-criadores, multifacetado, heterogeneamente dinâmico, causou estranheza, mas também gerou lastro para que coisas inéditas viessem à tona. Pouco mais de uma década depois de sua fundação, a Quasar se tornou reconhecida por uma linguagem única, impregnada de sentidos, representativos de um lugar, de um tempo, de afetos e substâncias muito humanas.


De acordo com seus criadores, a Quasar segue sendo a Quasar. Henrique cria a dança e Vera cria as oportunidades para que ela aconteça. O par continua em cena, estimulado, como estava há 31 anos, pela necessidade de produzir arte. E a linguagem, nesse processo de arrumação, de rearranjo, se expande. Henrique comenta que o contexto o instiga. O faz querer descobrir novas formas, para que seja entregue ao público uma obra com ainda mais qualidade que antes. Vera Bicalho faz coro com Henrique, buscando os caminhos que permitam essa continuidade, mas com a garantia de que seja posto em cena todos os atributos que fizeram da Quasar esse corpo celeste capaz de fulgurar nos mais conturbados universos. Assim, elenco, equipe de produção, equipe técnica, criadores, se tornam uma só massa em ebulição, girando a toda velocidade, com o único propósito de emitir ainda mais energia.

Ficha técnica:
Elenco: Gabriela Leite, Marcella Landeiro, Thais Kuwae e Valeska Gonçalves
Elenco de apoio: Loretta Pelosi
Coreografia e desenho de luz: Henrique Rodovalho
Produção: Vera Bicalho e Giselle Carvalho
Operador de luz: Sérgio Galvão

Por Ana Paula Mota - Produtora Cultural e Assessora de Imprensa - 62 9 9941-5464
Fotos: Marcus Camargo


Inscreva-se


TWITTER

InstagramSiga nosso Instagram

Curta a FanPage

Postar um comentário

Comentários