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Autismo: o que é, características, causas, diagnóstico e convivência

 


O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento que acompanha a pessoa durante toda a vida. Ele afeta principalmente a comunicação, a interação social e o comportamento, mas se manifesta de maneiras muito diferentes de pessoa para pessoa. Por isso chamamos de “espectro”.


1. O que é o autismo


O TEA envolve diferenças no funcionamento do cérebro, que influenciam a forma como a pessoa percebe o mundo, aprende, se comunica e reage aos estímulos ao redor. O autismo não é doença, nem tem cura — é uma forma de neurodiversidade. O foco do tratamento é promover autonomia e qualidade de vida.


2. Principais características


Embora cada pessoa seja única, alguns sinais são comuns:


A) Comunicação e interação


Dificuldade em iniciar ou manter conversas


Pouco uso de gestos, expressões e contato visual


Dificuldade para entender ironias, duplos sentidos e regras sociais


Interesse intenso por determinados assuntos


B) Comportamentos e sensibilidade


Movimentos repetitivos (como balançar as mãos)


Necessidade de rotina e resistência a mudanças


Forte sensibilidade a sons, luzes, cheiros ou texturas


Foco profundo em atividades específicas


3. Causas do autismo


As causas do autismo ainda não são totalmente conhecidas, mas a ciência já sabe que:


É genético em grande parte — há combinação de muitos genes


Não é causado por vacinas


Não é causado pela criação dos pais


Fatores biológicos durante a gestação também podem influenciar


Não existe um único “motivo” para o autismo — é multifatorial.


4. Diagnóstico


O diagnóstico é clínico, feito por profissionais como:


Neuropediatra


Psiquiatra


Psicólogo


Avaliam-se:


Desenvolvimento da linguagem


Interação social


Comportamentos repetitivos


Sensibilidades


Ferramentas como ADOS e CARS podem ser usadas, mas não existe exame de sangue ou tomografia que “mostre” o autismo.


5. Níveis do TEA


Segundo o DSM-5, o autismo pode ser classificado em três níveis:


Nível 1: precisa de pouco apoio; comunicação funcional; pode ter dificuldades sociais sutis


Nível 2: apoio substancial; maior dificuldade de comunicação e mudanças


Nível 3: apoio muito substancial; comunicação limitada e comportamentos bem intensos


Importante: o nível não define inteligência, e pode mudar ao longo da vida.


6. Habilidades e pontos fortes


Pessoas autistas muitas vezes apresentam:


Grande capacidade de concentração


Honestidade e pensamento lógico


Memória detalhada


Criatividade e hiperfoco


Talentos em áreas como música, tecnologia, matemática, artes ou padrões visuais


O autismo não é só dificuldades — há também potenciais importantes.


7. Tratamento e intervenções


Não existe “cura”, mas existem terapias que ajudam no desenvolvimento:


Terapia comportamental (ABA)


Fonoaudiologia


Terapia ocupacional (com integração sensorial)


Psicoterapia


Acompanhamento pedagógico e apoio escolar


O objetivo é aumentar autonomia, comunicação e qualidade de vida.


8. Direitos da pessoa autista (Brasil)


A Lei 12.764/2012 garante que pessoas com TEA tenham:


Atendimento prioritário


Carteira de Identificação da Pessoa com TEA (CIPTEA)


Acompanhamento escolar e adaptações


Benefício de Prestação Continuada (em alguns casos)


Atendimento pelo SUS


Direito a acompanhante terapêutico na escola, quando necessário


9. Autismo na vida adulta


O autismo não desaparece na vida adulta. Muitos adultos:


Descobrem o diagnóstico tardiamente


Trabalham, estudam, casam e têm filhos


Precisam de adaptações sensoriais e sociais


Podem enfrentar estresse, ansiedade e sobrecargas


A sociedade tem avançado, mas ainda existe muito preconceito.


10. Convivência com pessoas autistas


Algumas atitudes ajudam muito:


Respeitar limites sensoriais


Ser claro na comunicação


Evitar mudanças bruscas sem aviso


Não forçar contato físico


Incentivar interesses


Compreender que comportamentos repetitivos muitas vezes servem para autorregulação


Empatia e informação são essenciais.


Conclusão


O autismo é uma forma legítima de existir no mundo. Pessoas autistas têm desafios específicos, mas também habilidades únicas. O mais importante é promover respeito, inclusão e apoio adequado para que cada uma possa desenvolver seu potencial e viver com autonomia e dignidade.

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