Serviços sem impostos, é a solução?


Muito se fala que o Uber é maravilhoso, que seus carros são novos, seus preços são metade do preço dos praticados pelo táxi e seus motoristas afáveis. Hum, não é bem assim, pois há controvérsias, aliás, muitas controvérsias e no meio do fogo cruzado pessoas defendem sua utilização em detrimento de uma categoria estabelecida que paga impostos, faz cursos, e é fiscalizada pelo poder público constituído e também por suas cooperativas e associações.

O Uber é a empresa que lesa a todos, inclusive o trabalhador, para que possa confirmar esta afirmação, você que tanto acredita que o trabalhador submisso deste aplicativo vive feliz e trabalhando como se estivesse no paraíso, verás que não é assim tão simples, pegue uma planilha de cálculos e coloque todos os gastos e depreciação por parte de quem trabalha, e verifique se é justa os valores praticados quando o valor cobrado do passageiro está na tarifa "normal" praticada pelo Uber e ainda descontados os 25% que se evade do País, quanto sobra por cada corrida, o que os salva é quando a tarifa dinâmica esta acima de 1,8 vezes, o que chega a ser um pouco mais que a tarifa simples de táxi, que na maioria das corridas acontece, ultimamente com frequência. Bem o preço de táxi em Goiânia, por mais caro que os usuários do serviço acreditam ser caro, é praticado de forma honesta, esses preços ficaram congelados na capital por mais de uma década sofrendo aumento de 9,65% em agosto do ano passado. Bom então como uma categoria pode se sustentar em cima de uma tarifa com 40% menor que o valor auferido pelo mercado e ainda descontado os 25 % da empresa administradora do aplicativo? Por que se torna necessário que haja uma constância da tarifa dinâmica praticada pela empresa? Como um trabalhador deste serviço explorado pela administradora do aplicativo pode fazer suas reposições dos produtos e materiais (peças) que se desgastam ao longo de pouco tempo de jornada ininterrupta de serviço? Como ser ressarcido da depreciação da ferramenta de trabalho (o carro)? Como estará esta ferramenta depois de 4 (quatro) anos de uso, em que condições estará e como poderá este trabalhador substituir este? Será que com um valor tão mínimo, óbvio colocando aqui, do jeito que a população vê, "preço baixo e produto bom!" sem a tal da tarifa dinâmica, será possível haver condições sustentáveis para a melhoria deste trabalhador? Bem diante destes pontos cabe alguma reflexão ou não?

Porém, ademais de tudo isso não se pode esquecer a sugestão de algumas pessoas para que não paguemos impostos. Legal, mas surge então negligenciar a coisa pública, será esta a solução? Bem na verdade fico inquieto e não querendo responder nada mesmo porque são muitos os questionamentos, mas na última semana foram mortos três trabalhadores do Uber por assaltantes, muitos falarão e daí? A violência faz parte do nosso cotidiano! É verdade, não há como negar, mas a quem pedimos socorro para que não haja ou minimize tal situação? Ora aí vamos cobrar do poder público, vamos cobrar das autoridades, vamos cobrar da polícia? Certíssimo! Mas se não pagarmos impostos como manter todo este aparato e ainda fazer nossas exigências como cidadão? Complicado, acredito que ao praticarmos a anarquia, deixarmos de pagar impostos, e nos enganar com falsas promessas só nos faz regredir, em que a Lei de Gérson torna-se a máxima. Leve vantagem você também certo?!

Hoje no mercado brasileiro temos dois serviços que não pagam impostos, o Uber com transporte de passageiros e o Airbnb, logo virão outros serviços e você pode ser o próximo a ser afetado neste mundo globalizado e tecnológico em que os aplicativos ganham força através das mídias e seus compartilhamentos. Até que ponto é correto? É um mundo sem volta? E o Estado e seus serviços como fica?

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