Liberdade econômica versus obras sociais


Ultimamente, devido a atual guerra política muito tem se falado em meritocracia, índices como IDH, PIB, liberdade econômica, desigualdade social, pobreza e muita confusão sobre esses conceitos vieram junto.

Muitos defensores da extrema-esquerda confundem países como a Suécia por terem muitas obras sociais com países socialistas que deram certo, quando na verdade são países com altíssima liberdade econômica, a Suécia está em 23º lugar nesse índice, o Canadá em 6º lugar, pra efeito de comparação o Brasil na 118º colocação, e Venezuela, Cuba e Coréia do Norte em 176º, 177º e 178º respectivamente. Há uma relação óbvia aqui.

É preciso desfazer o mito que o neoliberalismo só favorece os ricos, e que obras sociais são sinônimo de socialismo ou Estado gigante.

Uma meritocracia equilibrada e justa só pode existir em uma economia saudável, é preciso desburocratizar o sistema, atualizar nossa constituição e leis trabalhistas, e também uma reforma tributária prioritariamente sobre renda, não sobre bens e serviços como é hoje, o que limita nossa produtividade.

O papel do Estado deve se limitar a atuar como moderador, uma intervenção pequena pra se evitar abusos do chamado capitalismo selvagem. Em raras ocasiões deve ser produtor, apenas quando há possibilidades de encher os cofres públicos, ou quando há algum interesse específico da população, e deve ser rigorosamente fiscalizado pra evitar corrupção.

É ilusório crer que o Estado dê algo gratuitamente quando se paga imposto. É uma troca justa e barata que o empresário obtenha lucro, se tivermos um serviço de qualidade. Nossos serviços privados também são precários justamente por haver pouca concorrência, temos apenas oito empresas de telefonia, enquanto os EUA possuem oitenta, a competitividade aumenta a qualidade e abaixa o preço, más empresas são excluídas naturalmente do mercado.

A Suíça (4ª colocada no índice) rejeitou o salário-mínimo de quase R$10mil, um lixeiro lá vive melhor do que a classe média alta brasileira. A Austrália (5º lugar) sem crise econômica a 25 anos é um paraíso em obras sociais.

A idéia de ter um Estado que zela por seus cidadãos sempre me agradou, infelizmente o sonho se desvirtuou em pesadelo, e o Estado brasileiro se tornou um parasita em não devolver a população o que cobra com seus altíssimos impostos.

Não sou adepto do chavão que imposto é roubo, mas infelizmente no Brasil isso é uma dura realidade, antes de ter um estado grande e atuante, seria preciso uma mudança de mentalidade em nossos políticos e também nos cidadãos, muito pouco politizados. O "jeitinho brasileiro" de levar vantagem em tudo também é um vilão nessa questão.

Em suma, há algo de muito equivocado (e até mal intencionado) na forma que lutam por justiça social e crescimento econômico no Brasil, que precisa ser reunificado com uma nova ideologia neoliberal que traga crescimento econômico e justiça social para todos.

Por Gustavo Reichenbach


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